Realizado nas duas primeiras semanas de Agosto de 2016 na ilha de Santo Antão em Cabo Verde, o primeiro projeto da SMILES integrou um grupo de 13 voluntários, entre eles 9 dentistas. A viagem não podia ter corrido melhor: mais de 500 pessoas receberam novos sorrisos, das quais 94 foram crianças.

Em Agosto de 2016, 13 voluntários do projecto SMILES aterraram em Santo Antão, Cabo Verde. O objectivo não poderia ser mais simples: dar e receber sorrisos em comunidades de difícil acesso e escassez de recursos. Durante duas semanas, a equipa de dentistas e auxiliares prestou apoio sanitário a mais de 500 pessoas, nas quais se incluíram 94 crianças.
A escassez de recursos monetários e dificuldade de acesso a tratamentos dentários ou os omnipresentes refrigerantes e outras bebidas açucaradas podem ser apontadas como as causas mais óbvias para os problemas dentários da população das 6 aldeias visitadas pela SMILES. Não podendo suportar os custos de uma ida ao dentista – as consultas têm um custo médio de 1000 escudos, 10 euros, – a população opta por não fazer qualquer tratamento e deixar deteriorar a sua saúde dentária.
Fundada por Oli em 2016, a SMILES é uma organização não governamental que visa
inverter esta tendência e oferecer cuidados odontológicos às populações mais cadenciadas.
Cabo Verde foi o destino eleito para a primeira missão da SMILES pela relativa segurança e baixa incidência de doenças infecciosas como a malária, relativamente a outros países africanos. A proximidade com o mar foi também um factor determinante para a escolha do destino: por um lado, era importante para os voluntários poderem ter contacto com a natureza durante os tempos livres; por outro lado, permitiu aliar a componente de tratamentos dentários com a segunda vertente da SMILES, o projecto BOA ONDA.

O projecto BOA ONDA teve como objectivo fomentar a interacção entre os voluntários e a comunidade jovem através da práctica de desportos aquáticos. Antes da chegada a Cabo Verde, foi recolhido diverso material de surf e bodyboard. Fora do alcance monetário para a maioria dos habitantes das comunidades visitas, este material foi posteriormente distribuídos pelos mais jovens, nas aldeias visitadas pela equipa SMILES.
Na ilha de Santo Antão, os voluntários da SMILES contaram com a orientação e experiência de Jailson Carvalho, da ONG ‘Dar as Mãos’. Graças ao seus conhecimentos sobre a ilha de Santo Antão, toda os aspectos logísticos relacionados com transporte, alimentação e estadia estavam já organizados antes da chegada dos voluntários às diferentes aldeias.
Todos os custos da viagem foram maioritariamente suportados pelos voluntários do
projecto: do seu próprio bolso cobriram as despesas de transporte, estadia, alimentação, para além do material e equipamentos necessários à prestação dos cuidados básicos de saúde dentária. No futuro, Oli espera que o projecto possa ser financiado através de doações, de forma a que os voluntários não tenham de suportar os elevados custos da viagem.